Pensar Hoje - retratos do agora

domingo, 6 de janeiro de 2008

Love & Life

What else can I write? There are no words for something that can only, for now, be called an attempt. Hence there are some special ones.

We cannot be blamed for trying something; we are the only ones to blame ourselves: perhaps for being bold. We perceive reality changing over time and the best feature of doing so is to be bolder.

The bolder, the more of a shoulder we resemble: the one they call reliance. Ubiquitous and whatnot, I urge to say I love you. There are no other possibilities! And nothing has been shown.

In this light I rely on for there are no other signs other than, as I said, possibilities. The bolder, the higher the ante! It's not love that is a game, for it must be sincere; but 'tis life. We always play with our lives, even when saying we play with people: do not believe them! We are only able to play with and for ourselves.

There is no believer if there's nothing to believe in; but also that's not a game: we see what we want, truth be it or not. I do not know about tomorrow, but I long for you.

Love is also a game we don't know we already were in. In that we cannot expect the rules to be straight, nor their whereabouts: it is like playing blindfolded. And there is the major rule: everything has a potential to be unknown. The better and the worst of them all!

There are people that like to be in danger, and the others: where would joy be if there aren't any dangers to play with? :)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Consciência

Ela é aquela pausa que acontece ao exclamarmos "nasceu!" - corridos dois segundinhos entendemos a essência do momento. Daí a lembrança distorce e o aprendizado corrói. O que conhecemos, claro: conhecer de verdade é não se assustar com o desconhecido. Nisso muito devemos às crianças.

Definimos ao olhar para o horizonte a esmo, sem preocupações: sem pessoas, dinheiro, metais, quaisquer coisas que sejam. Sem pensar, olhamos para o mundo quase desnudo. É quase porque os olhos só captam uma fração do que deve ser olhado; os ouvidos não escutam tudo, et cetera. Nem a caneta diz tudo: você entende o que quero dizer?

Você diz desconhecer grande parte das coisas: isso é bom em certa dimensão! Estará sem os famigerados preconceitos. Terá talvez medo, mas quem não tem um pouquinho? Diz que ainda não sabe o fardo que carrega, e é fato! Ele muda a toda hora. Quem não muda e tem de aceitar que o filho agora sabe andar é você! E a luz da alma dá uma luz, a luz da sombra assombra e a sombra da luz eu talvez não veja: vamos brindar porque devemos esquecer a sombra da alma! Ela, sim, é a penumbra!

Temos tantas escolhas! Ah, a livre tentação de termos tudo! Ah, a severa pena de fazê-lo! Por que se sentir moribundo ao escolher tudo, vagabundo ao não escolher nada e só bundo ao escolher uma coisa? Ébrios, só a bruma para entender vocês... E onde entra a consciência aí? Ora, aí onde entra a virtude! Mas e se não entenderem nossa virtude? Aí, sim, é uma pergunta!

E a pergunta de verdade é a que sempre permanece. Não há graça em ter resposta para tudo, mas também não em criar pergunta para tudo. Ou, pior, relembrar quais são as perguntas: viver é intransitivo! Já viu farol antes de nascer?

Daí falam em planejar-se pra consertar-se para conceber-se para viver-se! Mas se viver é intransitivo, o que tem de mais nisso? É, tem razão, tem demais! Ou se vive ou se planeja viver. Hoje ninguém realmente vive, mas não faz mal sonhar ou tentar! Pode ser que a tentativa seja realmente o viver. Planejar e viver, quanta contradição! E não é maledicência: quando vivemos, somos quem devemos ser. É como beber: nos convencemos facilmente!

Vamos abrir a janela do quarto. Mas tomando sorvete - sem que ele derreta. Pela janela veremos as crianças brincar, o sol nascer e a lua a niná-lo. O breu do quarto sem sol é que derrete a alma. E o creme do sorvete derramado não volta mais: só as formigas vão querer.

"dorsum ludum fero tui sceleris" (Carl Orff - O Fortuna)