Pensar Hoje - retratos do agora

sábado, 11 de outubro de 2008

A gelatina pelo mundo

Não sabemos, mas o mundo nos é tudo e somos tudo ao mundo. Ele sem o significado, o mote, que somos nós, só é uma massa imberbe de terra. A sacanagem, a malícia, o bem e a ternura estão em nós, nós. E à terra a história só acontece com emoção.

Aqui também é um conceito relativo. Temos consciência, sim, de que não a temos de verdade. Ela é só um elo imaginário que não nos dista da matéria em que somos inseridos, a gelatina pode ser um bloco de pedra. E à ilusão damos os louros de nossas vitórias, eles são impuros tanto quanto nós, não precisamos sentir culpa.

Sem o cuidado devido, nossas piores coisas aparecem e o simples fato de querermos viajar pelo mundo pode nos parecer um dilema. Três pontinhos não conseguem, ainda, descrever um dilema por completo. Ele são os três pontinhos e a falta deles ao mesmo tempo.

Garçom, por favor, um café. Ele ainda é o que consegue um torpor cônscio, meu deus. E não tem gosto de gelatina, mas de terra. Vamos caminhar pela linha imaginária que traçamos quando viemos ao mundo, ainda faz bem isso. Cuspir palavras não deve ser crime também, só cuspir nelas.

E a conta, por favor. Vou pagá-la antes, é mais fácil.