Pensar Hoje - retratos do agora

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Hoje é o aniversário de uma geração

Feliz aniversário a todos os que um dia nasceram.

Todos são, vivos ou não, filhos de uma certa geração. Todas as gerações passam por isso todos os dias. Isso porque a sociedade é um organismo. Na realidade, não uma geração, mas um corpo inteiro quem aniversaria. Somos células que representam menos ou mais dentro desse corpo. E como tal devemos nos comportar, coisa que geralmente não acontece. A sintonia com o todo acontece automaticamente, queiramos ou não. Todos são humanos.

É filosofia barata, eu sei. Mas também é verdade, uma verdade que geralmente passa batido pelos olhares das pessoas. O olhar para dentro também consegue identificar tudo o que tem - mesmo que espalhado - lá fora. É só caçar. Somos um e todos ao mesmo tempo e isso às vezes confunde as pessoas. Elas geralmente têm a famosa necessidade de se diferenciar, e ao fazê-lo acabam encontrando-se onde chamam 'lugar comum'.

Então o que um diz ser virtude outro despreza, é fato. O mundo como um todo não é capaz de tolerar tudo, como sabemos. Até pela auto-preservação. Mas podemos encontrar nichos nos quais nos identifiquemos, chamados tribos. Nesses lugares ou pessoas, encontramos o que se chama identidade. Identidade de "ser idêntico a", e não diferente; porque para podermos classificar algo como identidade devemos primeiro determinar o que é. E ao determinarmos, padronizamos.

Padronizar, como podem imaginar, às vezes pode não ser ruim. Ser igual a outro pode ser saudável. Claro, se naturalmente. Não devemos chegar a conclusões precipitadas com relação a nosso futuro: nós mesmos podemos mudá-lo sem mesmo perceber. Nem ao passado: pode ser que amanhã o elogiemos ou desprezemos. Ou simplesmente sigamos adiante.

Não há tempo para o aniversário de uma geração. É só, claro, quando a geração toma consciência de que algo mudou, ou percebeu que algo existe. É mudando que ela cresce...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Inauguração

Escrevo, neste post, à minha amiga Amanda Maron. Um comentário pertinente ao blog dela me motivou a escrevê-lo; percebo que é útil publicar, mesmo que aqui, os pensamentos que me incitam a comentar a vida alheia.

Nosso contexto, como seres humanos, sofre um choque quando nos referimos ao mundo. Sentimos que na sociedade há conflitos de valores em seus pensamentos, principalmente quando se referem a valores materiais e imateriais.

Disse, outrora, que o mundo material só o é porque o imaterial o idealizou. E é verdade: qualquer produto que se possa imaginar vem da mente da pessoa e a interação que esta tem com outros.

Concluo que o ser humano precisa, sim, do que nos referimos como necessidades básicas: comida e teto como materiais, carinho e respeito como imateriais. Porém, qual será nosso suporte? O amor? A fé? O ódio? O despeito?

Cada um tem sua maneira de lidar com o mundo. Não existe certo ou errado; as coisas simplesmente são. Quem dita que algo está certo ou errado na sociedade o faz meramente para preservá-la.

É daí que as pessoas se desentendem: realidades são diferentes, ainda mais neste país onde impera a diversidade de culturas. Mas esta realidade, a de ser diferente, a de enxergar lacunas a serem preenchidas, a de às vezes não se reconhecer no outro, pode ser a de ser brasileiro.

Somos, aqui, brasileiros. Mas falta-nos conhecimento para dizer o que realmente significa ser brasileiro. Bem, temos essa falha para descrever o que é ser humano, então poderemos menos ainda delinear uma subdivisão do mesmo.

Enquanto as definições continuarem em suas aproximações - e para sempre o serão - devemos tornar a viver a vida e respeitar cada vez mais a diferença. Para que nos enxerguemos nos outros, para criar algo maior. E reconhecermos de verdade que cada um tem um ser divino dentro de si.

Abraços a todos. Aliás, o abraço é a representação de algo muito significativo. Talvez mais que o beijo.