Pensar Hoje - retratos do agora

domingo, 19 de julho de 2009

Rebelião

O espírito sem resposta também não tem casa. Ela é uma música que cantamos a toda hora quando criamos uma ilusão em nossa cabeça: a vida tem, tem de dizer, nos dá a sensação de que tudo poderia ser feito quando sim, é verdade!

A ilusão nem sempre é algo falso. E serve, muito bem, para dizer-nos que algo, que já existe, existe. Digo porque nem sempre sou ouvido. Esse objeto pode precisar de amparo para viver ou cai no sincero esquecimento. E esquecer, também, não é não lembrar, porque ninguém esquece.

Lembrando a arte do amparo, precisamos dele. Não porque somos únicos ou mais juntos, é que não dá para fazer tudo. Daí acontece. A revolta? Também não é revolução, é só vontade de mexer, remexer. A revolução só acontece se alguém tiver mexido os ovos, senão tudo são branco e amarelo.

Aos olhos de quem vê o ovo, o irmão diz tudo: "sou amarelo e você preto, azul, verde, castanho. Contudo, temos muito em comum. Mas por que você não nasce, assim como eu?". Somos caso a se pensar, reflitamos. Não há como amalgamar a massa fluida ao nosso duro julgamento, ele só enrijece e devemos aproveitar enquanto podemos ver.

Ou sentir. E nisso construímos as rebeliões dentro de nós, por isso nos sentimos impertinentes. Dói mas é. Viver sempre fará falta, também aproveitemos. Nada melhor que uma revolta para voltar, continuar o que era com outra cara, diferente.

A vida não é cara.