Pensar Hoje - retratos do agora

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Meus caminhos

Andei cedo hoje. Vi que, neste mundo, somos todos criancinhas. É adequado dizer isso: não existe a figura dos comunistas. Estes ao assim classificarem geralmente o fazem por desacatar dissonantes pontos de vista. É a voz que desce a ladeira e, ribombante, ecoa em nossos ouvidos como o zunido restante da pletora de carrinhos de rolimã.

A coragem plantada em nossos peitos, dulcíssima como paradoxo - principalmente quando crianças na idade - pode, com o tempo, se esvanecer: tem coisas de gente grande. E ser gente grande nem sempre é lecau. Escapa oxigênio de nossas vidas como se em nosso coração houvesse um forame.

Crescer, então, pode ser interpretado como enraizar-se, paulatinamente, a uma série de convenções que nos tornarão iguais por definição e diferentes por opinião; a criança quer, é claro, ser diferente: ela não tem medo de fazer algo diferente do que todo mundo já tentou.

E como os gerentes ao administrar empresas dizem que os funcionários precisam crescer e se desenvolver? Para ser criativo basta ser criança e, mais importante - devo dizer -, deixá-la brincar no parquinho! Mas esqueci, o mundo corporativo teima em ser autoritário (benévolo ou não).

Vamos plantar uma sociedade mais jovial.

Se quiser, mas ninguém deixar, faça com o que você tiver autoridade sobre. Dê esperança. E esperança não é nome de programa social, não não não. Todos os estratos precisam disso para sobreviver. A criança, mais que nunca, sabe disso.

Aprendamos com nossos bebês.

Somos todos crianças. Diferimos ao passar a gostar de cappuccinos com canela ao invés do leite puro. Ao lidar com o ambiente por completo, de forma progressivamente complexa conforme vivemos. Aprendemos muito, inclusive como funcionam corpo humano e mundo, como podemos melhor produzir. Só que, sobremaneira, somos crianças...

domingo, 12 de agosto de 2007

O sabor

Sabor. É isso aí.

Pode ele ser descrito de incontáveis formas. É onipresente: principalmente nas coisas que envolvem nossas emoções. E, na realidade, poucas vezes paramos para descrever quais são as “notas” do sabor. Qual é essa música? A orquestrada por todos, realmente composta poucas vezes?

No encontro amoroso, lembramos o sabor do beijo. Assim, ele deixa de ser simplesmente “o beijo”. Será bom também pelo sabor: as peles, as bocas, as línguas têm seus gostos peculiares.

Assim preciso também citar o cheiro, sempre seu acompanhante. Faz toda a diferença! E aquele perfume - quando em lugares estratégicos - ah, assemelhado à perfeição! Nem é necessário, assim, ser forte: a situação se encarregará de colocá-lo sob a supervisão de nossos narizes, sempre perspicazes. Afinal, por que as pessoas classificam perfumes como “amadeirados”, “cítricos”, “doces” e coisas do gênero? Tem explicação.

O sabor tem seu lugar em tudo.

Não há palavras para descrever o que é sentir o sabor de algo.

No máximo, alguma máquina irá reproduzir o sabor exato; mas sentir... Ah, o cérebro, o cérebro! :)

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

O conto da indecisão

conto de fadas - não reflete a vida real

É sexta.

Estou na dúvida se convido ou não. Se estou atraente ou não! Se minha voz parece convincente... Até se a minha vida, simples como sempre, está ou é boa! É um bom dia hoje. Só o dia, acho, não consigo pensar no resto. Liguei para o ser e, ah, o que será requerido de minha pessoa indecisa? Nem a roupa sei qual usar.

Confesso, quase tudo me atraiu. Por que amo assim, meu bom senhor? Nem conheço direito, acho. Mas acho que conheço! Que esperaria de mim, ser tão indeciso e ao mesmo tempo impuro pelas decisões e incólume por pensamento?

E quase é por minha insegurança.

Vou fazer um convite a passear por uma rua: lembro-me até hoje ser larga, avenida, esverdeada pela natureza, mesmo grande, calma. Já por lá, lugarejo típico de dois animados introvertidos, andamos, comedidamente, a discutir o que realmente as pessoas podem pensar sobre a vida. Essa é vista por cada um diferentemente, principalmente quando agimos pouco.

À noite, tomar um cappuccino requintado, polvilhado de canela, quente na medida, em xícara de feitura especial para momentos que desejamos ser bonitos. Depois, pretendo flertar, com toda a ternura conhecida por mim como gente, seus olhos negros mais bonitos...

E, ao sábado, acordar com todo meu bom humor, mostrar-lhe meus álbuns das fotografias que em minha vida tirei, tão carinhosamente, e abraçar, mas tão somente abraçar com toda, toda a dedicação que reconheço em mim, até servir-lhe um café da manhã na cama.

Nessa noite, gostaria de sentir seu perfume, entre amadeirado e doce por natureza; de que ele ficasse encalacrado no meu nariz, já torpe por sua presença, para que eu sempre possa sentir o cheiro voar em minha mente...

E então sentir-lhe.

Ainda não sei como fazer o convite. E já prevejo tudo de antemão: tudo como gostaria. Meu medo trai; diz-me que não será assim, que acontecerão coisas para tirar-me de minha ilusão, fantasia bela e serena encravada em meu ser.

Todas as experiências pelas quais passei voltam como filmes, bem dirigidos, no cinema da minha mente, altamente criativo mas sempre atrelado ao que vivi, coisas boas e ruins. Tudo se soma mas a conta, desvairada e às vezes injusta, nunca é matemática.

Sou eu pessoa impura e maculada ou ser ingênuo e intocado? Ninguém me diz. Posso até perguntar, mas as convenções torpes da sociedade, dita madura, não me são sinceras. E quando poderei eu saber onde há verdade? Talvez só tentando...

... e é hoje que eu tenho de decidir.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Tudo igual...

Neste mundo a diferença procuramos
Sabe, precisamos pensar no que é igual
Para identificar o talvez diferente
Hoje eu sei um pouco do que é você

Folhas caem da mesma forma, como ontem
Observo na quietude e lembro quem sempre foi
Seu nome deve ser a última coisa a ser lembrada
Um coração não se identifica quando pulsa

Bebo líquido, quiçá, igual ao de ontem
Igual, simples punhado de água, vê que
Aprecio pureza e transparência
Pessoa intensa, embora não pareça

Hoje não quero seguir minha regra
Ela é especial para entender:
Somos águas no mar...