É outra palavra. Outros chamariam de neologismo, mas isso é muito 1984. Porém, veio em minha mente que geralmente quando passamos de uma "fase" para outra (não, não é RPG) as pessoas ficam um tempinho no "nada pensar".
Bem diferente de simplesmente olhar a esmo e nada ver. Pode ser que você queira pensar em outra coisa, mas a mente simplesmente reverbera o nada. É assim que você se sente diferente, é assim que é delimitado o "antes" e o "depois".
Momento este único é porque não tem volta. Transformar-se em si próprio, cada vez mais. Inclusive foi motivo para escrever em prosa, e não em poesia. Claro que continuarei a escrever nos versos; mas isso foi só para dizer um... oi.
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Nada pensar
terça-feira, 17 de julho de 2007
Flores
Para uns, o pensamento
É um mero abandono
Quiçá perseverança
Por que não viajar?
Cravos, lírios, acácias
Da tulipa ao narciso
Tantas flores são belas
Quando achamos beleza
Só aqui dentro de nós
Mas elas compõem tudo
Belas cores e aromas;
Perfeições e impurezas
Representam o visto
Como belo e singelo
As flores nos cantam.
segunda-feira, 9 de julho de 2007
Desvio de um poema
Escolhi num pulo
Acordei as gavetas pra vestir
e o melhor sorriso abri!
Rodopiei ao vento; dancei.
Da contradança, das minhas gargalhadas
os sons... Honra! Se ele me dá
Hoje a febre terçã, uma porque
Tudo isso ferve uma cama e o corpo!
E o que tudo isso prepara...
Você tem amanhã o gosto de sangue!
PS: Inspirado por “Saltitante” de Milena Palladino
Luz e vida...
O sol a prumo
Contou-me!
Sou quem dele sentirá saudades
E desejará dormir com ele
O sol ao dormir
Revelou-me
Sou nascida de esperança
Porque a luz é só isso!
domingo, 8 de julho de 2007
Poema 2
Sou poema intransigente
Lembro, para quem me lê
Eu sou gente, mas penso que
Um mais um são, sei lá...
Quero sentir mão segura
Mostrar beijos para alguém
Lutar capoeira comigo
E me recitar quando te vejo
Tudo bem, pode me falar
Já não sei quanto mais ver
Antes de lhe dizer amor
O olho que hoje leio
É para não pensar na guerra
Pensar menos no escuro
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Poema 1
O não saber e o saber
A herança da diferença
Acontece n'algo que achamos leal
Não tem tempo para nada
Caso ninguém tenha notado
Cartas dizem muito
Previsões devem ter me enganado
Posso ter certeza de que não sei
Não saber que tenho certeza
Decisões são ímpias a alguns
Milagres para outros
Mas quando você não sabe
Talvez seja uma inquietude
Digo e me irriquieto ao ler cartas
Outrora sabia-se no coração algo
Hoje sabe-se outras coisas
Lembro-me de tudo como se fosse hoje...
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Hoje é o aniversário de uma geração
Feliz aniversário a todos os que um dia nasceram.
Todos são, vivos ou não, filhos de uma certa geração. Todas as gerações passam por isso todos os dias. Isso porque a sociedade é um organismo. Na realidade, não uma geração, mas um corpo inteiro quem aniversaria. Somos células que representam menos ou mais dentro desse corpo. E como tal devemos nos comportar, coisa que geralmente não acontece. A sintonia com o todo acontece automaticamente, queiramos ou não. Todos são humanos.
É filosofia barata, eu sei. Mas também é verdade, uma verdade que geralmente passa batido pelos olhares das pessoas. O olhar para dentro também consegue identificar tudo o que tem - mesmo que espalhado - lá fora. É só caçar. Somos um e todos ao mesmo tempo e isso às vezes confunde as pessoas. Elas geralmente têm a famosa necessidade de se diferenciar, e ao fazê-lo acabam encontrando-se onde chamam 'lugar comum'.
Então o que um diz ser virtude outro despreza, é fato. O mundo como um todo não é capaz de tolerar tudo, como sabemos. Até pela auto-preservação. Mas podemos encontrar nichos nos quais nos identifiquemos, chamados tribos. Nesses lugares ou pessoas, encontramos o que se chama identidade. Identidade de "ser idêntico a", e não diferente; porque para podermos classificar algo como identidade devemos primeiro determinar o que é. E ao determinarmos, padronizamos.
Padronizar, como podem imaginar, às vezes pode não ser ruim. Ser igual a outro pode ser saudável. Claro, se naturalmente. Não devemos chegar a conclusões precipitadas com relação a nosso futuro: nós mesmos podemos mudá-lo sem mesmo perceber. Nem ao passado: pode ser que amanhã o elogiemos ou desprezemos. Ou simplesmente sigamos adiante.
Não há tempo para o aniversário de uma geração. É só, claro, quando a geração toma consciência de que algo mudou, ou percebeu que algo existe. É mudando que ela cresce...