Pensar Hoje - retratos do agora

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

A luta

Vá, Bóreas, ser titã, espalhe a todos sorte
Sejam outros então livres de toda sorte
Espalhe com sua fúria o vento deste norte
Sem éolo, sem luxúria, roga: que seja forte!

Venha, Caos, crie a força a reger esta terra
E que Gaia floresça crescendo até Canberra
Dos conhecidos, Ursa e Camaleão, não cerra
A porta vital, nasça e, dependendo, morra

Sejamos ambos parte de uma história, luz
É só parte da vida que tem de morrer.
Sejamos ambos parte de uma história, força
É só parte de um ciclo que tem de passar.

Mas venha, sê luz e escuridão bem comigo...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Cadê o amor deste peito

Digo que ele nunca se calará
Ele só talvez seja diferente
D'algo que existe bastante

Esse não tem verso certo
Nem inverso incerto
É simples como a água pura

Límpido dos céus
E reto como o prumo

Só é ele um outro que não sei.

Também é o amor

Música cantada no chuveiro

Água sentida ao tomar banho
Gosto de saborear a vida
Como se ela colorida fosse

Não tem cor a vida, sabe?
Dizem ter mais - é do rei do salão
Viver sem pensar em olhar
Quero ser sempre observador

Só hoje tanta gente olhou feio
Para a vida que ainda há por vir
Quem é pai ou mãe sabe bonito

O triste dizem que ainda nos vem
Quem dera! Somos alegres, não?
Tão simples é viver com amor...

Os amigos

Tem gente que gosta de cidade grande
Tem gente que gosta de roça
O que importa a todos
É ter amigos para bandear junto

Não importa a bandeira do estado
Nem o estado da bandeira
O que importa a todos
É ter amigos para bandear junto!

O torpor

Ah, senão o melhor jeito de permanecer
Não, querida, não deixe de esmaecer
Estas arestas que há tempo parei de planejar
Até porque nós, sim, vamos almejar

O que há muito seria o simples alvorecer
Nos é sempre uma batalha do florescer
Ainda sentindo minha mente gotejar
Pelo simples pensar e sobejar...

Desconheço escrever e até cheirar
A lascívia tirou-me a contento
Todo contexto da vida, como viver

Não preciso mais me enfileirar
Como os vivos, me alento só
Queridamente a hoje de novo te ver.

O cafuné

Dou-lhe um cafunezinho
Vem do meu coração
Sim, hoje, canto a música
Pra você se alegrar

Tem colinho pr'ocê
Com gostinho do mel
E cheirinho de chuva
Pra você se alegrar

O colo

Ele é cândido, puro, livre,
Feito estes versos que me fazem notar
Sendo lírico, dá até para cantar
Sei que nele posso confiar

Posso desdenhar a rima
Porque meu colo amado é, de novo,
Livre como um cheiro que nos escapa
Ou um amigo que sempre volta

Não sei você, mas eu gosto de cores
Brancas, as que tudo representam
Mostram o lado bom que temos

E as pretas, também para equilibrar
Somos os seres complexos e simples
Simples como um bom colinho.