Pensar Hoje - retratos do agora

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SOPA (português / english)

Proposta complementar às leis contra pirataria: leis anti-crime

Em que pese a boa intenção dos membros do congresso americano, proponho a criação de uma proposta semelhante, da Stop Crimes Act. Devemos requerer, usando-se dos mesmos tipos de controle, que:

  1. Bancos não devem receber pagamentos de criminosos. Devem implementar mecanismos para autenticar a origem de todo o dinheiro circulado. Cinco dias a contar de um mandado judicial, o dinheiro deverá ser disponibilizado à corte.
  2. Correios não devem ser meios para terroristas propagarem o terror. Todo cidadão a enviar qualquer correspondência deverá se cadastrar. Toda correspondência deverá ser autenticada. Um mandado judicial deve bastar para que futuras correspondências de uma determinada pessoa não circulem.
  3. Governos devem servir como exemplo de boas práticas. Em caso de corrupção, todo o patrimônio dos políticos e funcionários envolvidos deverá ser cedido ao erário. Pessoas trabalhando para o governo cederão o direito à comunicação informal.

Por que?

Em outubro de 2011, o Judiciário dos Estados Unidos introduziu à Câmara dos Deputados a proposta chamada Stop Online Piracy Act (SOPA). Percebeu-se uma vontade de estabelecer mecanismos de controle e restrição para combater a pirataria no país, tendo com efeito colateral a possibilidade de controlar e restringir qualquer site do mundo, já que o registro de todos os domínios depende, direta ou indiretamente, de uma entidade sediada nos Estados Unidos.

A SOPA, tão premente, entre outros, requer que:
  1. Conforme 102.c.2.A.i: Provedores desconheçam nomes infringindo a Lei (por exemplo, se você digitar www.google.com.br e o site infringir a lei, o provedor deverá prevenir que você saiba o endereço IP desse site, fazendo com que o uso comum fique impossível);
  2. Conforme 102.c.2.B: Mecanismos de busca não mostrem links diretos para páginas que infrinjam a Lei (por exemplo, se uma procura sua retornar uma página proibida, o mecanismo não poderá lhe informar onde está a página);
  3. Conforme 102.c.2.C: Provedores de redes de pagamento como Paypal não efetuem pagamentos ou doações a sites que infrinjam a Lei.





Complimentary proposal to the anti-piracy laws: anti-crime laws

Considering the good intentions of the american congressmen, I propose the creation of a similar one, the Stop Crimes Act. We should require, using the same control procedures, that:
  1. Banks should not receive payments from criminals. Mechanisms in order to authenticate the origin of all circulating money must be implemented. Within 5 days after being issued a warrant, the monies should be made available to the court.
  2. Postal services should not be used for terrorists to propagate fear. Every citizen willing to send any mail must be registered. Every mail order must be authenticated. A court warrant must suffice for future mail from a specific person not to circulate.
  3. Governments should serve as examples for best practices. Should corruption be detected, every estate from the involved politicians and employees must be conceded to the public coffers. People working for the government will relinquish rights to informal communication.

Why so?

In October 2011, the Unites States’ Judiciary introduced a bill in the Unites States House of Representatives the so called Stop Online Piracy Act (SOPA). A will to establish means of control and restriction to fight piracy in the country was perceived, having as a side effect the possibility to control and restrict every site around the world, since the registration of every domain depends, directly or indirectly, upon an entity from the United States.

SOPA, so compelling, along other matters, requires that:
  1. According to 102.c.2.A.i: Service providers consider unknown law-infringing names (for example, if you type www.google.com and the site is infringing, the provider should prevent you of knowing the IP address of that site, making common use impossible);
  2. According to 102.c.2.B: Search engines don’t show direct links to law-infringing pages (for example, if any of your searches point to a forbidden page, the engine cannot inform you where the page is);
  3. According to 102.c.2.C: Payment network providers such as Paypal don’t complete payments or donations to law-infringing sites.

sábado, 10 de setembro de 2011

Ares novos, novos ares

Sair pode não significar abandonar. Ao alçar voo, temos novos objetivos e novas perspectivas. E a vida é incongruente, não injusta: nos dá, a cada de nós, um diferente ponto de vista. Novos ares dão nova perspectiva, ainda que continuemos os mesmos. Expandem nosso viver.

Por isso tíquetes são passagens, ritos para chegar a outros destinos. Mesmo um velho destino sempre traz um novo horizonte e uma nova história. Quando escolhendo a bagagem, que é a história, escolhemos as coisas mais a nós caras quando viajando para longe. É que, para não sentir saudades da nossa origem, devemos levar algo que nos lembre de quem somos.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Recomeço

Há coisas que simbolizam recomeço. Uma delas é perder, pois quase tão somente ao perder nos encontramos. Por isso no tarô o enforcado frequentemente ri: ele nos conta que estar de cabeça para baixo não significa estar em maus lençóis. Desprender-se não só significa liberdade à matéria, clama também pela independência, pelo augúrio de novos caminhos e sangue renovado.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Os dons bem bons

É bonito ver os dons. Eles independem da situação em que a pessoa se encontra: todos têm algum. Por vezes, eles se tornam até uma obrigação porque podem ajudar outras pessoas, quiçá mudar suas vidas. E não é necessário que se seja um ídolo, somos todos humanos. Por favor, continuemos humanos.

sábado, 4 de dezembro de 2010

E o tempo?

Ele é imutável, mas o sentimos passar. Cabe tanto em um olhar quanto em toda nossa vida. Não podemos medi-lo, já que não nos é físico. Ainda assim, estabelecemos na existência passos para ele: nove meses para nascer, um ano de sofrimento, décadas de diversão, milênios de solidão. Algumas dessas são compreensíveis, outras não.

Uns dizem não entender o porquê de um segundo ser tão importante, outros que nele pode estar toda a nossa vida, todo nosso propósito, ao acontecer. E a medida, tão igual a todos porque passa à mesmíssima maneira para cada um, encontra dúvidas. Se ele fosse realmente assim, não teríamos nossas exclamações: "já?", "ainda?", "é cedo!", "é tarde!".

Parece que ele depende de um observador: quando contamos os segundos no relógio, eles demoram a passar. Ao nos divertirmos, os segundos transformam-se em horas passadas. À última hora da vida, quando sabida, é impossível a hora ter maior valor. E esse tempo todo, no fim, para onde vai?

Investimos-no, certamente finito, em coisas vãs ou necessárias, alegrias e agruras. Mas quando mesmo foi a última vez em que paramos a vida, a que quase certamente passa afoita e às vezes perde a paisagem, para prestar muita atenção no nada que temos dentro e fora?

É uma ofensa à vida ou à existência percebermos ter, dentro de nossos sis, enormes vácuos esperando para serem contemplados? O grande céu, azul e límpido, escuro e mais notívago ou claro e em formas de bolos, acha-se como uma vastidão que nos parece vazia ao olho nu. No entanto, atrai inúmeros observadores n'onde sua incolumidade e... quase inexistência congrega olhares estupefatos para sua imensidão.

Sua alternância de matizes nos dá o horário e nos orienta a dormir e a acordar. Define, pouco a pouco, quanto temos para cumprir nossa jornada, e nos permite ou obriga a uma pausa a cada período.

Só uma pergunta: para a pausa ser um descanso, o céu tem de estar fora ou dentro de nós?

sexta-feira, 2 de abril de 2010

E hoje o pensar muda para o que era antes

Passei, ontem, por um lugar querido.

Como muitos sabem, lugares queridos emocionam. Revi algumas pessoas muito importantes na vida. Não, não são líderes, professores, chefes. São pessoas que compunham o dia-a-dia, formavam parte da vida e da rotina.

É uma homenagem a essas pessoas que constroem parte de nossa vida sem que saibamos - ou, até, sem que elas próprias saibam. De atendentes de padaria a garçons de bares, frentistas ou até funcionários de estacionamentos, pessoas fazem vidas sem que sequer percebam - ou, se percebem, o fazem muito bem.

Parece estranho, mas percebemos muito disso só depois de mudarmos para outro lugar. E, se não nos revisitamos, não vemos o que fomos e talvez também não percebamos quem podemos ser.

Mais bonito ainda é rever certos brilhos nos olhos. Estes não podemos descrever, então cabe a nós cuidarmos de guardar, amanhã podemos não voltar.

Muito obrigado.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O tempo chora

Lavando nossas almas, ele nos surpreende com a clareza de algo que está por vir. Nesse momento, perguntamo-nos o que há além da cortina. Diz ele contar o que realmente queríamos ouvir ou falar. O imprescindível então resseca nossas lágrimas para entendermos mais, contarmos melhor, lermos nas entrelinhas. Não é possível, dizemos. O céu só nos diz para parar. Parar. E observar.

Assim quero ficar, por um belo tempo, até a compreensão vier e me acordar, contando a história para eu poder dormir.

É breve o tempo chorando. Só que dura muito.

Hoje choveu.